Quarta maior economia do mundo, sendo a maior da Europa, a Alemanha se recriou após a queda do muro de Berlim com sólidos resultados nas áreas social e ambiental, se tornando uma das campeãs mundiais em sustentabilidade. Desde 2002 o governo se baseia em uma Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, com vistas a alcançar a equidade entre as gerações, a qualidade de vida, a coesão social e a responsabilidade internacional, produzindo relatórios bianuais com base em indicadores-chave de mais de 20 áreas. Os resultados indicam que o país tomou um caminho sem volta e se consolida, ano a ano, na vanguarda da responsabilidade socioambiental.
Quando o assunto é energia alternativa, cuja produção impõe menores impactos socioambientais, a Alemanha é líder absoluta com a maior produção de energia solar do mundo e a segunda maior potência instalada em energia eólica (acaba de ser ultrapassada pela China). Apenas com a força dos ventos o país é capaz de produzir 35 GW/ano, cerca de três vezes a capacidade instalada do gigantesco e altamente impactante projeto da UHE Belo Monte, no Pará. No caso da energia solar não existem rivais para os alemães, produtores de 35% de toda a energia do mundo, e parte do sucesso pode ser explicado por uma forte política de incentivos à produção descentralizada, onde empresas e casas já contam com cerca de 1,4 milhão de sistemas fotovoltaicos instalados. A meta é quadruplicar a produção até 2020, chegando a 20% da demanda energética do país, que tem bem menos da metade da insolação brasileira.
Separar o lixo doméstico também é um hábito do país tetracampeão. A Alemanha é o país que mais recicla lixo no planeta, em conjunto com a vizinha Áustria chegam a reciclar mais de 60% do total de lixo, tendo mais que o dobro da média de seus vizinhos europeus e pelo menos 12 vezes mais que a cidade de São Paulo. Seu sistema de reciclagem é dividido entre papéis, orgânicos, recicláveis comuns (alumínio, vidros, metais) e não recicláveis, e é obrigatório a todo cidadão que faça a separação desde a década de 1990. Os alemães pagam tarifas diferenciadas de acordo com a quantidade e qualidade do lixo produzido, sendo mais caro dispor resíduos não recicláveis, o que acaba por estimular o consumo consciente. A última questão a ser resolvida em relação aos resíduos urbanos é a alta taxa de incineração de materiais não recicláveis, que chega a mais de 20% de todos os resíduos produzidos – não existem aterros no país, e apenas materiais altamente tóxicos são descartados após condicionamento especial.